É possível pensar em uma franquia de maior sucesso que os Beatles? Mesmo com seu sucesso astronômico na década de 1960, a banda continua conquistando fãs nos quatro cantos do mundo mais de 50 anos após sua dissolução. Seu legado é tão forte quanto na época em que os terninhos alinhados e o cabelo estilo mop top lhes rendeu notoriedade em qualquer país que visitassem. Com a chamada beatlemania construíram uma franquia de bilhões de dólares geração após geração.
Há algumas semanas apresentamos as lições de marketing de conteúdo que podemos aprender com os Beatles. Desta vez, trazemos para os leitores do D&C, na visão de Richard Courtney e George Cassidy, a sabedoria dos Beatles nos negócios.
Na obra, são explicitados os erros e acertos da banda, traçando um paralelo com o cotidiano de uma empresa. Como estrutura, o livro traz 100 capítulos, alguns intitulados pelos nomes ou trechos de músicas da própria banda, em ordem cronológica aos acontecimentos que marcaram sua trajetória desde os shows quase anônimos nos pubs de Hamburgo, passando pelo estrondoso sucesso, até a morte de John Lennon e posteriormente de George Harrison. Trata-se de uma sequência de pequenos capítulos, em que um aspecto da história da banda é mencionado fazendo relação com as consequências do ponto de vista de negócios e o que é possível aprender.
O início do livro da ênfase à importância do planejamento e da tomada racional de decisões. Não basta talento, é preciso gestão para alcançar o sucesso. Do ponto de vista empreendedor, várias características de gestão de negócios são visíveis na carreira dos Beatles, sobretudo as etapas de formação da sociedade/banda; surgimento de ideias, definição de objetivos, busca por sócios e/ou investidores etc – estes são fatores decisivos para um negócio.
Os autores salientam também, a importância em delegar alguém com experiência para gerenciar as finanças. Quando Brian Epstein assumiu como empresário dos Beatles, logo tratou de pagar as dívidas em lojas de música e estabeleceu um valor mensal para a banda. Com isso, além dos gastos estarem sob controle, Lennon, McCartney, Starr e Harrison puderam concentrar-se apenas na música, sem preocupações com a parte burocrática. É sempre bom pensar em uma pessoa com experiência em gestão e, se possível, em adquirir um seguro para a empresa. Nunca se sabe quando os tempos de vacas magras chegarão e é preciso estar preparado. No final da década de 1960, quando Epstein faleceu, os Beatles tiveram que lidar com decisões que deveriam ter sido delegadas a outras pessoas. Além disso, precisaram enfrentar as reivindicações dos herdeiros de seu antigo empresário.
Ao longo dos capítulos, é possível perceber que alguns aspectos ruins, como a saída do primeiro baterista, a escolha de novos membros, desentendimentos e, principalmente, a dificuldade em lidar com o sucesso da beatlemania também são destacados, pois servem para que o empreendedor compreenda de maneira mais realista a prática do empreendedorismo, lidando com o fracasso e as novas tentativas.
A fidelização dos fãs também é um aspecto importante. Os Beatles continuam a ganhar fãs ainda nos dias de hoje, porém na década de 1960, quando o estouraram, não mediram esforços para manter o seu público principal satisfeito.
Outro aspecto importante é a associação que os autores fazem entre o sucesso da banda e o seu gestor (John Lennon). Ao destacar a figura do líder, evidenciam que a prosperidade no negócio depende, sobretudo, da vontade de seu fundador.
A obra em si, serve de motivação e inspiração aos novos empreendedores (e/ou fãs da banda). Nos primeiros capítulos o leitor é instigado a colocar suas ideias em prática. Segundo Courtney e Caddidy, é inegável a semelhança entre a trajetória da banda e os grandes empreendimentos de sucesso. Desta forma, a associação que o livro traz serve para provar que a criação de um negócio é possível para todos, desde que haja vontade e planejamento.
“Se você deseja alcançar o sucesso do nível de um Beatle, precisa primeiro aprender a pensar como um Beatle. Porque o sucesso dos Beatles não ocorreu por acidente. Eles queriam ser grandes. Maiores do que Elvis. Maiores do que qualquer um que veio antes ou depois.” (CASSIDY, COURTNEY; 2011).
…e mais populares que Jesus Cristo. Certo, John?
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Sobre os autores:
Richard Courtney é presidente do Conselho de Energia Elétrica da cidade de Nashville (Tennessee, EUA). Beatlemaníaco, é também o fundador do Fab Four Festival, que acontece na mesma cidade e tem por objetivo atrair palestrantes e fãs da banda, espalhados mundo afora.
George Cassidy é escritor e analista da área de negócios. Também é compositor e, assim como Courtney, beatlemaníaco. Dedica-se à utilização de equipamentos de gravação que lhe permitam conhecimento sobre o processo criativo dos Beatles em estúdio.
Come Together – The businness Wisdom Of The Beatles é uma obra de mão cheia para quem se interessa por gestão de negócios e pela história do Fab Four.